quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PM reforça segurança no Acre para a família de senador boliviano

A Polícia Militar reforçou a segurança na cidade de Epitaciolândia (AC) para proteger a família do senador boliviano Roger Pinto Molina, 53. A família do político mora em uma casa alugada na cidade que faz fronteira com o departamento de Pando, na Bolívia. A atenção especial é para evitar uma possível invasão de soldados bolivianos em solo brasileiro.

Roger Molina, condenado pela Justiça boliviana, ficou mais de um ano asilado na embaixada brasileira em La Paz. No último domingo (25), ele deixou a Bolívia com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia.
Segundo o capitão da Polícia Militar na cidade de Epitaciolândia, Estene Teixeira, as rondas durante a semana ganharam uma atenção maior nas proximidades onde moram a mulher, duas filhas e quatro netos do senador.

"Não acredito que possa ter atritos. Conversei com o comando da PM na Bolívia e a parceria entre os dois países permanece. Por enquanto, está tudo tranquilo, mas não acho ser um bom momento de o senador vir ao Acre", disse Teixeira ressaltando a possibilidade de Molina querer visitar a família na fronteira.

A família está na condição de refugiada desde junho de 2012, temendo represálias do governo boliviano.

O superintendente da Polícia Federal no Acre, Marcelo Sálvio Rezende, disse que o Acre não conta com o Sistema de Proteção a Refugiados e que o procedimento por parte dos policiais federais em Epitaciolândia continua o mesmo.

"O serviço continua o mesmo com o procedimento migratório na fronteira. A polícia boliviana não pode tirar ninguém daqui [Brasil], mesmo assim os policiais federais acompanham o caso, mas sem atenção especial. Isso fica a cargo da PM", disse o superintendente.

Entenda
O senador boliviano Roger Pinto Molina ficou um ano asilado na embaixada brasileira em La Paz. Ele é opositor do governo do presidente da Bolívia Evo Morales.

No último domingo (25) ele foi trazido ao Brasil pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia. A vinda dele não foi autorizada pelo governo boliviano e nem brasileiro, o que gerou uma crise que culminou com o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Molina viajou 22 horas de La Paz a Corumbá (MS). Ele se utilizou de carro oficial e chegou a pegar um jatinho com o senador Ricardo Ferraço e desembarcou em Brasília.

Em junho, Molina foi condenado por abandono do dever e por dano econômico ao Estado. Segundo a denúncia, ele foi responsável por prejuízo superior a 1,6 milhão de dólares aos cofres públicos em 2000, acusado de conceder recursos de maneira irregular à Universidade Amazônica de Pando. Ele responde ainda cerca de 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário