domingo, 29 de setembro de 2013

Senador boliviano passa fim de semana com a família no Acre

Após mais de um ano sem rever a família, o senador boliviano Roger Pinto Molina, 53, passou o final de semana hospedado em uma chácara com a esposa, mãe, filhas e netos em Rio Branco, na capital do Acre. A chácara fica na BR – 364, sentido Acre-Rondônia, e pertence a um senador acreano. A visita ocorre em absoluto sigilo e a segurança foi reforça no local.

Molina é parlamentar da província de Pando, na região amazônica, e líder no Senado do grupo opositor Convergencia Nacional. Ele é condenado pela Justiça boliviana por abandono de dever e dano econômico. Molina chegou a ficar mais de um ano asilado na embaixada brasileira em La Paz.

Na chácara, Molina está acomodado em um pequeno quarto medindo 3x4m. Neste domingo (29), segundo visitantes autorizados a entrar no local, o senador boliviano acordou cedo, tomou banho de piscina e passeou pelo pomar. 

Embora uma temperatura de 37ºC registrada neste domingo no Acre, o senador circulou discretamente usando calça jeans, óculos escuros e boné. 

A vinda de Molina ao Acre era esperada para a cidade de Epitaciolâdia, onde vive atualmente a família. A cidade faz fronteira com a Bolívia e, desde quando ele chegou ao Brasil, em agosto desde ano, a cidade acreana aumentou o reforço policial para evitar uma possível invasão de soldados bolivianos em solo brasileiro.

Denúncias
Na Bolívia, as denúncias contra Roger Pinto Molina são por abandono de dever e dano econômico. Ele foi condenado no mês de junho a um ano de prisão por essas acusações. 

Segundo a denúncia, ele foi responsável por prejuízo de mais de 1,6 milhão de dólares aos cofres públicos em 2000, acusado de conceder recursos de maneira irregular à Universidade Amazônica de Pando. Ele responde ainda a cerca de 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção.

Ele alega perseguição política do governo de Evo Morales por ter feito denúncias de corrupção contra o governador de Pando e entregar informes reservados a Evo sobre supostas ligações de autoridades com o narcotráfico.

Entenda o caso
Molina chegou a Brasília escoltado de fuzileiros navais em uma grande operação comandada pelo então diplomata brasileiro Eduardo Saboia – ele foi afastado do cargo por um tempo e depois retornou por autorização do Itamaraty. 

A vinda de Molina não foi autorizada pelo governo boliviano e nem brasileiro, o que gerou uma crise no Palácio do Planalto e culminou com o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. 

Molina viajou 22 horas de La Paz a Corumbá (MS) em um automóvel da missão diplomática brasileira. Ao cruzar a fronteira, tomou um avião até Brasília.

Nenhum comentário:

Postar um comentário