domingo, 22 de dezembro de 2013

Chico Mendes: saberíamos de que lado ele estaria


Hoje, 22 de dezembro, o mundo lembra os 25 anos da morte do líder seringueiro Chico Mendes. Homenagens pela grande luta que enfrentou em conservar a floresta ultrapassam fronteiras, mas poucos foram os políticos, aliados a Chico, que admitiram estar levando suas ideias à frente em real combate ao desmatamento.

Mas comentar isso seria um alto grau de cinismo após o desmatamento ter caído 80% nos últimos 10 anos e voltar a crescer 28% em 2013. Marina Silva, companheira de luta de Chico Mendes, diz não saber o que mudaria em relação ao meio ambiente se o ambientalista estivesse vivo, mas garante que ele não concordaria com os retrocessos na legislação ambiental brasileira. 

Uma delas seria sobre as demarcações de terras indígenas, pois a articulação feita no Congresso para isso deveria ser cometida por uma lei no Congresso ao invés de um decreto da Presidência da República. 

“Uma das coisas que aprendi com o próprio Chico Mendes é de que não se consegue matar as ideias e nem os sonhos mesmo quando se eliminam as pessoas ou quando se tira delas a liberdade. Não foi possível matar as ideais de Luther King, nem as de Chico Mendes e nem silenciar as ideias de Mandela o deixando preso por vários anos”, disse Marina Silva em visita ao Acre na sexta-feira (20).

Em todo o oeste do Pará, por exemplo, as unidades de conservação que foram criadas, hoje estão sendo invadidas por expediente da grilagem, onde sabemos que tais atos fizeram o desmatamento aumentar. 

No Acre, então, mais de três mil famílias esperam ser assentadas pelo Incra enquanto isso, muitas vivem perdidas pelas florestas em conflito com fazendeiro. O Estado tem hoje pelo menos sete áreas de conflito agrário, mas todas essas em âmbito judicial.

Mesmo nessa tensão agrária em vários estados brasileiros, o pedido é que as orações de Dom Moacyr, que reapareceu à Xapuri, sejam fortes. Dom Moacyr foi quem realizou a missa dos 25 anos da morte de Chico Mendes na manhã de hoje ao lado de petistas, amigos e familiares e também a missa de velório do ambientalista.

Mas enfim, com a história de luta de Chico Mendes, não saberíamos como as coisas estariam se ele estivesse entre nós, mas saberíamos de que lado ele estaria.

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