terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Doença misteriosa causa pânico em presídio de Cruzeiro do Sul


Uma doença misteriosa pode ter matado dois presos na Unidade Penitenciária Manoel Nery da Silva, em Cruzeiro do Sul, e um familiar de um deles. A doença ainda desconhecida por autoridades da Saúde e direção da unidade vem causando pânico entre familiares, polícia e agentes penitenciários que cuidam da segurança dos detentos. As três mortes ocorreram entre outubro e novembro.

Os sintomas, segundo os agentes penitenciários que acompanharam os casos, começam pelos pés, passando para panturrilha, subindo para os joelhos até a pessoa não ter mais nenhum movimento nas pernas devido a uma forte dormência.

“Trabalhamos com medo. Não temos nenhuma proteção para trabalhar. A realidade é que estamos em pânico. Não nos deram luvas, nem máscaras e nem álcool. Mesmo sem sabermos como essa doença pode ser transmitida, mas queremos ter prevenção”, disse um agente penitenciário que não quis ter o nome revelado.

Os presidiários mortos Paulo dos Santos Rocha, 20, e Daniel Souza da Silva, 24, ainda chegaram a ser atendidos nas unidades de saúde. Daniel, inclusive, foi encaminhado para a Unidade da Tratamento Intensivo (UTI) em Rio Branco, mas não resistiu. A irmã dele também morreu com os mesmos sintomas.

“Pedimos aos presos que relatem todo o ocorrido aos familiares para uma providência ser tomada. A família também tem medo de entrar no presídio. Quando o preso foi encaminhado para Rio Branco, as pessoas que o acompanharam não tiveram proteção”, comentou o agente penitenciário.

Na semana passada, quatro presos foram encaminhados à unidade de saúde em Cruzeiro do Sul com sintomas iguais. Lá, foram coletas amostras para realização de exames que foram levados para laboratórios em São Paulo. O mesmo foi feito com os três mortos onde líquidos da coluna e amostras de fígado, baço e pulmão, já foram enviados ao Instituto Carlos Chagas, em Belém (PA). O resultado deve sair em 90 dias.

“Nesses três meses como ficaremos? Vamos reunir a categoria para pressionar a direção a cuidar desse caso. Se é área de risco, a direção deve fornecer material para a gente trabalhar com segurança”, ressaltou o agente.

No final da manhã desta segunda-feira, 2, mulheres e mães de presos foram até a sede do Ministério Público, no município, para pedir providências quanto à solução do problema. A maior reclamação diz respeito ao prazo dado para os resultados dos exames feitos a partir das coletas de amostras no presídio.

A direção da Unidade Penitenciária Manoel Nery da Silva não se pronunciou sobre o assunto.

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