Tacacá em alta nesse frio

Com a chegada da frente fria no Acre o comércio de tacacá ficou aquecido por pessoas que tentavam ‘amenizar’ o frio. Longas filas nos principais comércios marcaram o primeiro dia da baixa temperatura no Estado.

Mesmo sabendo da chegada da frente fria, o tucupi não deu para quem quis. Os comerciantes garantiram que nesta quarta-feira (24) o caldo e os jambus serão aumentados.

“Sabemos que sempre quando chega uma friagem o movimento aumenta, mas não temos a dimensão da quantidade, mas deu para vender bastante. Agora é acordar mais cedo e ir à feira para comprar em maior quantidade”, disse o comerciante Sebastião Silva.

Hoje a temperatura chegou a 8ºC em Rio Branco. Segundo o meteorologista Davi Friale, essa pode ser a maior frente fria dos últimos 15 anos.

A estudante Márcia Afonso enfrentou uma grande fila para conseguir comprar o tacacá. Segundo ela, não há problema nenhum na espera, pois o frio favorece a paciência.

“Não estou com presa. Com esse frio ficamos calmos, com paciência. Quando chegar a minha vez tomarei o tacacá e me aquecer. Ficar feliz. Um frio sem tacacá não tem graça. Faz parte da vida”, comentou.

Segundo outro comerciante, as vendas aumentam em 80% na época do frio. Ele que compra os camarões de outro estado diz que, nessa época, precisa aumentar a quantidade.

“Quando chega o frio somos obrigados a comprar aqui no estado mesmo para aumentar. Nesse período frio é que tiramos um bom lucro. Nov verão também vendemos, mas não se compara”, ressaltou Antônio Silva.

De acordo com o Clima Tempo e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a temperatura deve continuar caindo até a próxima sexta-feira (26).

Origem do tacacá

Segundo a Wikipedia, o tacacá é uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do, Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá. É preparado com um caldo fino e bem temperado geralmente com sal, cebola, alho, coentro do norte, coentro e cebolinha, de cor amarelada, chamado tucupi, sobre o qual se coloca goma de tapioca, também conhecida como polvilho, camarão seco e jambu. Serve-se muito quente, temperado com pimenta, em cuias. O tucupi e a tapioca (da qual se prepara a goma), são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a tapioca fica depositada no fundo do recipiente e o tucupi na sua parte superior.

Sua origem é dos indígenas paraenses e, segundo Câmara Cascudo, autor do livro História da Alimentação no Brasil, deriva de um tipo de sopa indígena denominada mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse mani poí fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às vezes camarões secos".